Tornaste-te no inverno que me invade


Podia pedir-te para voltares. Seria como pedir para o Verão voltar, para o calor dentro de mim surgir novamente. Poder podia, mas não o irei fazer. Pensa o que quiseres, mas desde o dia em que partiste, desde o dia em que o teu olhar não brilhou, desde o dia em que os teus lábios não conseguiram pronunciar mais nada, que eu sou apenas um verdadeiro Inverno. A minha alma chora desde esse dia, ela derrama gotas de chuva sobre as memórias que deixaste. É frio cá dentro desde esse dia, como uma chama que apagou e que não tem qualquer hipótese de reacender. O meu coração não passa de gelo desde esse dia, não há nada que o derreta, e partido... Bem, partido já ele está. O cenário é horrível. Trovoadas de raiva por não cá estares, furacões de saudade desde que partiste. São tempestades e tempestades de acumulação de tudo o que não te consegui dizer. E agora, sou eu que te digo: afasta-te, não voltes por favor. Não podes reconstruir o que destruíste, e eu não quero que o teu olhar se torne tão frio e sem brilho, como o meu.
- Mariana Castro.